quarta-feira, 10 de julho de 2013

Importação afetará siderúrgicas

A possível redução nas alíquotas do Imposto de Importação (II), avaliada pelo governo federal, deverá afetar de forma significativa as siderúrgicas brasileiras. O setor vem registrando resultados negativos neste ano e o aumento dos desembarques poderá piorar o cenário. Em outubro do ano passado, o governo federal anunciou o aumento das alíquotas em até 25% para uma lista de 100 produtos. A medida visava proteger a indústria nacional da onda de importação, principalmente de origem chinesa. 

Porém, com a desvalorização do real frente ao dólar e a necessidade de conter a pressão inflacionária, o governo avalia a possibilidade de cortar o imposto, conforme anunciado na sexta-feira pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Na análise de especialistas consultados pela reportagem, no caso específico das siderúrgicas, somente o fator câmbio não deverá ser suficiente para conter as importações de aço.

Há uma sobreoferta de produtos siderúrgicos no mercado global, o que aumenta os riscos de entrada deste produto no país. Dificuldade – O analista da Tendências Consultoria Bruno Resende lembra que as usinas brasileiras, mesmo com as barreiras, enfrentam dificuldade em competir com as siderúrgicas chinesas. “Ainda não se sabe o qual será o patamar do corte, mas será um problema de qualquer maneira”, afirma. Segundo o especialista, os cortes poderiam ser feitos com uma maior tranqüilidade caso o dólar estivesse em um patamar de aproximadamente R$ 2,40. 

Na opinião do analista, as constantes mudanças de procedimentos adotadas no país é mais danosa para a economia que o corte da tarifa. “Pior que cortar a tarifa é a instabilidade das regras, o que é mais danoso para a economia”, opina. Já o analista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi, afirma que caso o governo leve adiante a redução no imposto, a medida deverá resultar em desemprego no setor siderúrgico e na indústria petroquímica, que também é beneficiada pela barreira às importações. Os rumores, conforme Galdi, não foram bem recebidos pelo mercado. 

As ações preferenciais da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A (Usiminas), por exemplo, caíram 8,8% no pregão dessa sexta-feira. Portos – Além do aumento do imposto, o fim da chamada “Guerra dos Portos” vem contendo a entrada de aço importado no país. Entre janeiro e maio os desembarques caíram 10,8% na comparação com o mesmo intervalo de 2012, passando de 1,612 milhão de toneladas para 1,439 milhão de toneladas, conforme dados do Instituto Aço Brasil (IABr). 

O presidente do Conselho de Política Econômica Industrial da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Lincoln Gonçalves Fernandes, explica que os efeitos do corte na indústria irão variar para cada segmento. Em alguns casos, segundo ele, mesmo que o produto importado entre mais barato no país, a valorização do dólar nos últimos meses já compensou a alíquota. RAFAEL TOMAZ

Fonte: Diário do Comércio

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