quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Pequenas empresas tomaram 32% do crédito total do BNDES

SÃO PAULO - O volume de recursos destinados às micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi de R$ 50,1 bilhões em 2012, número recorde na história da instituição. Isso representa 32% do total liberado pela instituição de fomento no ano passado.

Neste período foram realizadas 990 mil operações para este grupo de empresas de menor porte, o que significa 96% do total efetuado. O Cartão BNDES liberou R$ 9,5 bilhões uma alta de 26% e um total de 707 operações.

O desembolso total do banco no ano passado foi de R$ 156 bilhões. O montante representa crescimento de 12% na comparação com o ano anterior. O número de consultas teve uma alta de 60% no mesmo período de comparação e novos projetos foram 58% mais numerosos, esses dois dados representaram recorde histórico para o banco.
Indústria e infraestrutura foram os principais setores que procuraram financiamentos no BNDES no último ano e absorveram junto R$ 100 bilhões dos desembolsos do banco no último ano, 65% do total.

Na Infraestrutura, os líderes foram os segmentos de energia elétrica (com R$ 18,9 bilhões desembolsados) e transporte rodoviário (R$ 15,5 bilhões). Química e petroquímica (R$ 8,5 bilhões) e material de transporte (R$ 7 bilhões) foram destaques nas liberações da Indústria no ano passado. O setor de Comércio e Serviços fechou 2012 com desembolsos de R$ 44 bilhões, 28% do total.

Durante coletiva de imprensa de divulgação de resultados o presidente do Banco, Luciano Coutinho, afirmou que o crédito pessoal contribuiu para o aumento dos desembolsos no último ano. "Outro indutor dos investimentos é o mercado interno que continua crescendo, com o crescimento do emprego e da renda. O ciclo de crédito tende a ajudar, depois de um período que a inadimplência subiu, principalmente a de pessoa física, já estabilizou e está voltando a um ponto satisfatório pela nossa expectativa. Isso se reflete nos investimentos, na cadeia automotiva, de eletroeletrônicos", disse.

Segundo o professor do Instituto Brasileiro de Mercados de Capitais do Rio de Janeiro (IBMEC-RJ), Gilberto Braga, uma questão negativa que podemos perceber pelos dados divulgados é a concentração dos desembolsos em apenas alguns setores. "Do ponto de vista qualitativo, houve uma concentração e talvez internamente isso deveria ser rediscutido. Eles [o banco] de alguma forma são um pouco reféns do que o mercado busca, infraestrutura é o gargalo do País mas a concentração foi excessiva", disse o professor. "Internamente eles têm que criar mecanismos para completar alguns segmentos que estão desassistidos", completou Braga.

O professor da ESPM, Leonardo Trevisan, também criticou a concentração do financiamento em apenas alguns setores que possuem, normalmente grandes empresas. "Os investimentos estão concentrados sempre nos mesmos setores, se você olhar para a política chinesa, eles estão fazendo o contrario, eles vão financiar a pequena empresa", disse.
Dezembro

No último mês do ano passado o BNDES liberou R$ 34,2 bilhões. Segundo o banco, tradicionalmente neste mês ocorre maior volume de operações de crédito e isso foi reforçado pela concentração de operação no Programa de Sustentação de Investimento (PSI) que teve redução dos juros e do Proinveste.

Também em dezembro, as consultas, no montante de R$ 31,4 bilhões (alta de 143,5% na comparação mensal), e as aprovações, de R$ 51,6 bilhões (crescimento de 245%), atingiram patamares recordes. Praticamente todos os segmentos tiveram taxas expressivas de expansão nesses estágios de operação.
2013

O Banco afirmou observar uma tendência de aceleração dos investimentos em 2013, pelas altas de 60% nas consultas (R$ 312,3 bilhões) e de 58% nas aprovações (R$ 260,1 bilhões) em 2012, em relação a 2011. O incremento nas consultas e nas aprovações ocorreu em todos os setores.
Luciano Coutinho acredita que os programas do governo e as concessões de infraestrutura devem ajudar os desembolsos a continuarem altos. "Os investimentos induzidos por concessões na área de logística como rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, e na área de saneamento social previsto no Plano de Aceleração do Crescimento [PAC] mostram uma taxa implícita de crescimento nos próximos anos muito expressiva, portanto, um dos fatores puxadores nos próximos anos serão os programas de concessões e os investimentos sociais, essa é uma combinação importante a medida que ela tem efeitos mobilizadores sobre outros segmentos da economia".
Fonte: DCI

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